SAÚDE
Doenças
relacionadas ao meio ambiente
Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, das 102
doenças conhecidas 85 estão relacionadas ao meio ambiente. A principal delas é
a diarréia que, anualmente, extermina 58 milhões de anos de “vida ou vida saudável”
– um indicador usado pela organização.
A segunda doença mais relacionada ao meio ambiente (em
41% dos casos) é a infecção das vias respiratórias inferiores. Outra
enfermidade relacionada a problemas ambientais (em 40% dos registros) é a
malária.
O estudo da OMS aponta ainda muitas outras doenças que,
de alguma forma, se relacionam a problemas ambientais, como as cardiopatias
isquêmicas, problemas mentais, a AIDS, a desnutrição, a tuberculose, a asma,
algumas intoxicações, a perda gradual da função pulmonar, a elefantíase, a
perda de audição, entre outras.
São
muitas as doenças vinculadas à falta de saneamento. Elas interferem na
qualidade de vida da população e até mesmo no desenvolvimento do país. A
maioria dessas doenças é de fácil prevenção, mas causam muitas mortes, como o
caso da diarréia entre crianças menores de 5 anos no Brasil. Os índices de
mortalidade infantil também estão associados ao acesso a serviços de água,
esgoto e destino adequado do lixo.
As
doenças são transmitidas pelo contato ou ingestão de água contaminada, contato
da pele com o solo e lixo contaminados. A presença de esgoto, água parada,
resíduos sólidos, rios poluídos e outros problemas também contribuem para o
aparecimento de insetos e parasitas que podem transmitir doenças.
É
importante lembrar que os custos com prevenção dessas doenças são menores do
que os que se tem com a cura e a perda de vidas por causa delas. Também se
poderiam otimizar os gastos públicos com saúde se o dinheiro investido em
tratamento de doenças vinculadas à falta de saneamento pudesse ser direcionado
para outras questões.
Conheça
algumas das principais doenças relacionadas à falta de saneamento: amebíase,
ancilostomíase, ascaridíase, cisticercose, cólera, dengue, diarréia, disenterias,
elefantíase, esquistossomose, febre amarela, febre paratifóide, febre tifóide,
giardíase, hepatite, infecções na pele e nos olhos, leptospirose, malária,
poliomielite, teníase e tricuríase.
Vamos destacar a Amebíase,
que
ocorre quando o protozoário Entamoeba histolytica é ingerido através de algum alimento
contaminado. Ele fica no intestino grosso, de onde come (fagocita) o nosso alimento
digerido, e também pode ocorrer de comer parte da parede intestinal, podendo
atingir a corrente sanguínea e depois, ir para o cérebro e coração.
O E. histolytica toma a forma de um cisto quando está fora do corpo humano. No
cisto, a ameba fica muito mais resistente, podendo viver durante anos dentro da
água de rios, lagos, verduras, etc; Quando o homem os ingere novamente, o cisto
se quebra liberando as amebas, fechando o ciclo.
Sintomas:
variam muito, indo desde diarréias agudas (e com sangue) até dores
abdominais mais fracas.
Transmissão:
Alimentos e água infectados; Contatos sexuais anal-oral;
Prevenção: Manter a higiene é essencial para prevenir essa doença. Lavar as mãos após usar o banheiro, lavar muito bem as verduras, frutas, etc; Não utilizar excrementos animais como fertilizante nas lavouras, combater insetos que podem facilmente se contaminar, como moscas, baratas, ratos, etc;
Tratamento: Formas intestinais: Secnidazol - Adultos -
2g, em dose única. Crianças - 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando máximo de
2g/dia. Deve ser evitado no 1º trimestre da gravidez e durante amamentação. 2º
opção - Metronidazol, 500mg, 3 vezes/dia, durante 5 dias, para adultos. Para
crianças, recomenda-se 35mg/kg/dia, divididas em 3 tomadas, durante 5 dias.
Formas graves: (Amebíase intestinal
sintomática ou Amebíase extra-intestinal) -Metronidazol, 750mg, VO, 3
vezes/dia, durante 10 dias. Em crianças, recomenda-se 50mg/kg/dia, durante 10
dias. 3ª opção - Tinidazol, 2g, VO, para adultos, após uma das refeições,
durante 2 dias, para formas intestinais.
Para
reduzir os casos dessas doenças é fundamental que a população tenha acesso a
água boa, tratamento correto do esgoto (seja ele doméstico, industrial,
hospitalar ou de qualquer outro tipo), destinação e tratamento do lixo,
drenagem urbana, instalações sanitárias adequadas e promoção da educação
sanitária (que inclui hábitos de higiene), entre outras ações.
REFERÊNCIAS:
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